terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Lipoaspiração não combinada com exercícios pode ser danosa





A realização da lipoaspiração não acompanhada de exercícios regulares no pós-operatório pode acarretar em um aumento significativo de gordura visceral, localizado na região entre os órgãos e sendo extremamente danosa pois está diretamente relacionada ao aumento do risco cardiovascular. Um estudo da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP mostra a importância da prática regular de exercícios físicos após a cirurgia. A prática inibe o aumento dessa gordura e responde bem ao tratamento.

Na pesquisa de doutorado Efeitos da lipoaspiração acompanhada de treinamento físico no perfil metabólico e na composição corporal das mulheres adultas eufóricas e saudáveis, a pesquisadora Fabiana Fraga Benatti recrutou 36 mulheres com o Índice de Massa Corporal (IMC = Peso (kg) / Altura² (m) ) abaixo de 30, para a realização da lipoaspiração na região abdominal. O grupo foi igualmente dividido em "mulheres sedentárias" e "mulheres treinadas". Dois meses depois da cirurgia o primeiro grupo foi submetido à uma carga de exercícios aeróbicos e de força, 3 vezes semanais durante 4 meses e o segundo permaneceu sem fazer atividades regulares. Uma bateria de exames foi realizada antes e depois do processo e serviu como base para a pesquisa.

O grupo das "mulheres sedentárias" tiveram um ganho em torno de 10% em gordura visceral. Tal fato não foi percebido pelas pacientes pois o aumento desta gordura interna não é de fácil assimilação visual, por isso a importância do estudo e dos exames realizados, sem eles dificilmentes estes dados seriam alcança.

Já o grupo das "mulheres treinadas" não houve aumento da gordura visceral. Isso se deve ao fato dessa gordura ser metabolicamente ativa e responde melhor ao aumento das concentrações de adrenalina que ocorrem durante o exercício físico. Além disso o treinamento físico preservou o gasto energético das mulheres treinadas, o que pode ter contribuído para esses resultados benéficos observados.

O peso foi recuperado em ambos os grupos. "A cirurgia não tem como objetivo a redução de peso, que diminui em média 1%. A pretenção da lipoaspiração é retirar a gordura localizada e modelar o corpo da paciente", diz Fabiana. No caso das mulheres sedentárias, contudo, o peso retornou posivelmente pelo novo ganho de massa gorda, favorecido pelo estilo de vida levado. O metabolismo se esforça para manter uma constante e isso inclui o peso.






Porém de qualquer forma a retirada da gordura subcutânea abdominal feita no procedimento cirurgico desencadeia mecanismos compensatórios de reposição de gordura em especial na cavidade visceral. Além de acarretar a diminuição das concentrações do hormônio adiponectina
que tem um efeito benéfico relacionado aos indíces de produção de insulina, que quando alterado pode trazer efeitos maléficos ao organismo como a diabetes e o aumento do risco cardíaco à longo prazo.




Isso tudo só reforça a importância da prática regular de exercício físico após a cirurgia, não só por uma manutenção dos resultados estéticos, mas ainda mais pela necessidade que este procedimento cirurgico impõe à suas pacientes afim de evitar complicações futuras à sua Saúde.









Texto adaptado pelo Profº Leandro Porto



Fonte: Agência USP de notícias